Era uma noite qualquer, já não me lembro se em janeiro ou fevereiro de 2016. Eu estava sentado no sofá da sala de casa, na capital paulista, ao lado do meu filho João Victor, então com dois anos, e da minha ex-esposa Samantha, com quem ainda estava casado, quando o meu celular tocou. Do outro lado da linha falava Thiago Abreu, líder do Canal Profissional de Iluminação da Philips Brasil.

— Flavião, batemos os 100 milhões de reais!!! Sua visão… Batemos!

Não entendi bem aquela situação e perguntei:

— Thiago, calma cara… Onde você está? Do que está falando?

— Flavião, estamos na convenção de vendas da Philips celebrando o ano de 2015. Foi incrível e nós batemos a meta e faturamos 104 milhões de reais! Passamos o Canal de Consumo! Você faz parte disso e estamos todos aqui te ligando para que saiba que conseguimos… Os representantes estão aqui: o Eugênio, o César, o Steiner… e todo o pessoal do Canal… do seu time!

Enquanto o Thiago falava mais uma série de coisas das quais não me recordo, um filme passou pela minha cabeça. Um arrepio tomou conta de todo o meu corpo e senti uma forte vontade de chorar. Fiquei muito emocionado porque aquela ligação era um símbolo para mim. Sem dúvida, representava minha maior conquista profissional em todos os meus então 37 anos de vida.

Após duas décadas de carreira, naquele momento percebi que havia chegado ao topo da minha Escalada Corporativa. Havia atingido o pico da montanha. Ficava claro que eu havia gerado uma transformação sem precedentes no mercado de iluminação profissional, não apenas no Brasil, mas na América Latina e no mundo, e que havia transformado a vida de dezenas de pessoas que trabalharam comigo naquela jornada de oito anos na Philips.

Naquele momento, eu me senti realizado e orgulhoso de tudo que havia feito e percebi a capacidade de transformação de grandes líderes. Senti que havia entrado para o hall desses grandes líderes — e afirmo isso com toda a humildade que minha mãe me ensinou a cultivar, mas feliz pela conquista.

Quando eu tinha 21 anos e fui passar uma semana na Suécia em uma viagem de negócios pela Ericsson eu achei aquele feito grandioso. Nunca me esqueço que escrevi em um pedaço de papel as palavras “Minha história” e falei para mim mesmo: “um dia contarei minha história ao mundo porque ela terá sido grandiosa”.

Eu havia recebido a missão de ir para a Suécia iniciar um projeto de mudança na cadeia de suprimentos da fábrica da Ericsson em São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde trabalhava como analista de logística. Faria o planejamento para a implantação de uma nova linha de produção de telefonia celular, pois em vez de importar equipamentos montados da Suécia, passaríamos a comprar os componentes e montá-los no Brasil.

Fui escolhido porque falava inglês, já fazia o planejamento de alguns itens importados da Suécia à época e, talvez, por ser um rapaz “esperto”. O fato é que eu, um carinha vindo da pequena Itaúna, no interior de Minas Gerais, fiquei em êxtase ao saber que viajaria para a Europa a trabalho. Aquilo era muito chique, sô! Fazia poucos anos que eu tinha entrado na Ericsson como estagiário e não imaginava que teria uma oportunidade dessas tão cedo — e tão novo.

Comprei, então, meu primeiro conjunto de terno e gravata e fui para o Aeroporto Internacional de Guarulhos repleto de expectativas. Foi uma viagem de apenas uma semana, período suficiente para eu voltar ao Brasil com o plano de ação pronto. O projeto deu mais do que certo e logo a nova linha de produção em São José entrou em pleno funcionamento.

Voltei ao Brasil e entregamos 100% sem nenhum dia de atraso em cerca de três meses. Minha missão havia sido cumprida, contudo, fiquei com gostinho de quero mais. Vislumbrado com tudo o que ainda poderia realizar, senti pela primeira vez que eu podia ir mais longe.

A Escalada Corporativa começou comigo contando pelo Instagram através de Lives a minha história de vida e profissional de um garoto filho de pai caminhoneiro e mãe professora de escola pública que saiu de Itaúna e se tornou um executivo global de multinacionais na Europa, Brasil e América Latina. Apesar disso, nunca se gabou ou se iludiu por cargos ou status, mas genuinamente se preocupou em:

  • Criar uma BASE sólida de conhecimentos e colegas
  • ESCALAR o mundo corporativo com muito suor e coração
  • Gerar não somente lucros ou resultados mensuráveis mas sim TRANSFORMAR os mercados e pessoas à minha volta

Através do engajamento com vários amigos e seguidores que foram aparecendo a Escalada Corporativa foi sendo estruturada em algo grandioso dentro da minha percepção de mundo. Sinto-me realizado e grato por poder contar minhas histórias e transformá-las em um método que acredito que pode inspirar e ajudar muitos executivos de empresas que estão afundados em suas agendas, caixas de e-mails lotadas, problemas operacionais e frustrações típicas das estruturas complexas e burocráticas.

Executivos que sofrem com maus líderes cheios de seus egos, que não inspiram nem conseguem enxergar seus mercados e negócios dali a dois ou três anos.

Na Escalada Corporativa conto como você pode tomar as rédeas de sua carreira e reinventar seu local de trabalho e organização à medida que vai escalando e alcançando posições de liderança. Quando isso acontece, você deve focar em apenas uma palavra: transformação. Uma transformação positiva, coletiva e que deixará um legado em seus mercados e nas pessoas à sua volta.

Espero ajudar você, executivo e executiva, em sua Escalada Corporativa de forma que não apenas possa chegar ao topo mais rápido, mas aproveitando a subida, olhando a paisagem e ajudando aqueles que escalam com você. Desejo que sua escalada seja repleta de paixão e gentileza e que os momentos de dificuldades sejam convertidos em aprendizado e combustível para seguir em frente!